Em Gana, na região da Grande
Accra, a estilização de caixões é uma febre, considerada um símbolo emblemático
da arte no país. Só na capital Accra, são mais de duas dúzias de estúdios
especializados espalhados pela cidade. Este número só não é maior, porque a fabricação da obra exige
muita técnica, talento e conhecimento histórico.
As primeiras
formas dessa arte surgiram nos anos 50 e o grande responsável pela criação do
novo gênero foi o carpinteiro Seth Kane Kwei. Ele sempre escutou de sua avó
sobre suas curiosidades entorno do avião e sua fascinação pelo meio de
transporte aéreo. Ela morreu sem ter a chance de viajar e para homenageá-la o
jovem carpinteiro resolveu preparar um belo caixão em forma de avião. Mais do
que um mimo, para ele era uma maneira de fazer com que sua avó fizesse a sua
viagem para o outro mundo na forma sempre sonhada. Deste momento em diante, as
encomendas e demandas não pararam mais e a arte se espalhou pelo país.
Pescadores pediam por barcos, cultivadores por cebolas e por aí a arte se
afirmou e o artesão foi se tornando cada vez mais um perito da área. Em 1960,
os caixões figurativos já eram parte integrante da cultura local de funeral.
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